12 de jul. de 2015

O BEIJO NOS LIVROS DE JANE AUSTEN

O beijo nos livros de Jane Austen

Esse mês, eu me comprometi com um sério estudo do "beijo" nos livros da Jane Austen. E embora eu tenha lido todos os seus livros diversas vezes, fiquei surpresa com o que descobri. Os beijos não são como nos filmes. Por exemplo, eu perguntaria "Quem beija Elizabeth Bennet no final de Orgulho e Preconceito?"
e muita gente responderia "Mr. Darcy". Apenas poucos me dariam a resposta correta: "Capitão Wickham". Depois de ele se casar com Lydia e aparecer em Longbourn para uma visita, Elizabeth permite que Wickham beije sua mão enquanto Mr. Darcy não recebe esse privilégio. Aqui vai outra pergunta: Quem acaba beijando a mão de Elinor em Razão e Sensibilidade? Você pode ficar surpreso - como eu fiquei - em saber que é o Coronel Brandon. Ele beija a mão de Elinor como sinal de gratidão depois que ela o escuta contar a história de seu amor do passado. Eu não estou brincando! É quase como se Jane Austen estivesse brincando de "verdade ou desafio" com seus personagens. Eu descobri mais de vinte beijos nos livros dela.
Aqui está o sumário: 

Tem mais de cinco beijos em Razão e Sensibilidade:

 Willoughby beija um pedaço do cabelo de Marianne (Capítulo 12).
Lady Middleton beija sua filha Annamaria (Capítulo 21).
Elinor beija Marianne enquanto ela sofre com a rejeição de Willoughby (Capítulo 29).
Coronel Brandon beija a mão de Elinor como gratidão (Capítulo 31).
Marianne dá em Elinor um beijo de gratidão (Capítulo 46). 

Em Orgulho e Preconceito temos pelo menos três beijos:

Elizabeth beija seus primos Gardiner (Capítulo 47).
Wickham beija a mão de Elizabeth depois de se casar com Lydia (Capítulo 52).
Jane beija o sr. Bennet depois do noivado (Capítulo 55). 

Temos oito beijos em Mansfield Park: 

Sir Thomas beija Fanny afetuosamente (Capítulo 19).
William (irmão de Fanny) dá um beijo para se despedir de Fanny (Capítulo 29).
Fanny beija a mão de Sir Thomas lutando contra os soluços (Capítulo 37).
O irmão de Fanny lhe dá um beijo de boas vindas (Capítulo 38).
A sra. Price beija Fanny para lhe receber em casa (Capítulo 38).
Fanny beija seus irmãos Tom e Charles com carinho (Capítulo 38).
Lady Bertram beija a irmã de Fanny, Susan, para lhe dar boas vindas (Capítulo 47). 

Emma contém dois beijos: 

Harriet beija a mão de Emma em sinal de gratidão (Capítulo 4).
O sr. Weston beija Emma depois que descobre a decepção de Frank Churchill (Capítulo 10). 

A abadia de Northanger não tem nenhum beijo. 

Tem um beijo em Persuasão:

Sir Archibald Drew beija sua mão para Anne enquanto ela caminha com seu pai (Capítulo 18).

 A não ser que você conte o beijo de Willoughby no pedaço de cabelo de Marianne ou o quase beijo de Knightley na mão de Emma, não tem nenhum beijo de amor em nenhum dos livros de Jane Austen. Alguns especulam sobre isso, sugerindo que Jane Austen não quis escrever sobre algo que ela mesma não tinha experimentado, mas quaisquer que fossem suas razões, é muito claro que ela geralmente usa o beijo para expressar gratidão ou para demonstrar afeto entre familiares. Com isso em mente, eu gostaria de sugerir uma interpretação alternativa da tentativa do sr. Knightley de beijar a mão de Emma.
No passado, eu sempre considerei esse quase beijo como um sinal de uma paixão em crescimento para Emma. Mas, julgando pelos outros livros, Jane Austen provavelmente viu esse beijo como um sinal de afeição fraternal. Nos tempos da regência, as pessoas não se consideravam "cunhados ou cunhadas"; uma vez que houvesse um casamento, tornavam-se família. E porque seus irmãos são casados, Emma considera o sr. Knightley como seu irmão. Contudo, enquanto seu sentimento evolui, ela muda de opinião quanto essa relação. No baile, quando faz com que o sr. Knightley a convide para dançar ela diz: "...e ambos sabemos que não somos irmãos, ou seja, não formamos um casal impróprio". Ele responde: "Irmãos! É claro que não". E assim acaba o capítulo trinta e oito. 

Apesar se sua reputação de escritora de romances, Jane Austen certamente não escreveu livros repletos de beijos. O que ela fez é algo muito mais engenhoso. Ela escreveu de uma maneira que trouxe os personagens dela à vida. Suas descrições e caracterizações são tão detalhadas que nós imaginamos os beijos nós mesmos. Quando eu vejo Darcy e Elizabeth se beijando no final do filme, eu acho que é a coisa mais natural do mundo.


Fonte: Austenauthors  Tradução e adaptação: Roberta Ouriques





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2 comentários:

  1. Na verdade, nem mostra esse beijo no final de orgulho e preconceito, né? só na versão "estendida" kkkkkk,
    eu gosto muito dessa cena, ela é fofa srsrsrsrs
    Acho que Jane Austen escreveu em uma época que as emoções eram menos afloradas que agora, mais contidas, daí, tudo muito mais contido nos livros e um pouco nos filmes
    bjs

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    Respostas
    1. Realmente Renata, eu li em alguma explicação que o final aternativo é só para os EUA, que no Reino Unido esse beijo foi até repudiado. rsrsrsr

      Excluir

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