Uma Memória de Jane Austen - por Katherine Salles

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Livro: Uma memória de Jane Austen
Autor: James Edward Austen-Leigh
ISBN  9788566549089
Sinopse da Editora 
"Considerada a mãe de todas as biografias de Jane Austen, esta obra escrita pelo sobrinho da autora, retrata a intimidade da escritora mais querida de todos os tempos. James Edward conviveu com a tia na infância e a biografia traz os registros de suas reminiscências e de outros parentes. Cartas, curiosidades, sua infância e juventude em Steventon; suas primeiras composições; a mudança de Steventon para Bath; descrição de sua pessoa, personalidade e gostos. Jane Austen irmã, tia, filha, amiga e escritora. Uma biografia completa e emocionante."

Tradução: Stephanie Savalla e José Loureiro
Editora: Pedrazul
Páginas: 236

Considerada a mãe das biografias de Jane Austen

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Foto por Katherine

Bom... Como começar essa resenha?
Acho que devo começar falando o quanto esse livro mexeu comigo, antes de qualquer coisa.
Ano passado, li uma outra biografia de Jane Austen chamada "Jane Austen - Uma vida revelada" pela editora Novo Século, e gostei muito do livro, porém, vi que nessa outra biografia, as coisas parecem ter vindo direto da fonte. Não sei se me explico bem, parece que por ser sobrinho de Jane, o autor tem mais propriedade. Além, é claro, de ter informações que nenhum outro biógrafo poderia ter.
Uma das coisas que mais gostei foi o fato de durante todo o livro haver cartas escritas pela própria Jane e algumas recebidas por ela. Através dessas cartas, podemos notar similaridades com seu estilo de escrita nos livros, no que se refere ao humor leve e sarcástico que é sua marca registrada.
Abre alas, ou melhor, aspas, para a própria Jane falar sobre o seu "Orgulho e preconceito":
"Quero contar-lhe que recebi meu filho querido, de Londres. Na quarta feira recebi uma cópia enviada por Falkener, com três linhas escritas por Henry (...)
Devo admitir que a considero (Elizabeth Bennet) a criatura mais encantadora que já apareceu sobre o papel, e como poderei tolerar aqueles que não gostaram dela, eu não sei. "
Outra coisa que me chamou a atenção, é o modo como ela lidava com seus escritos. Tenho a impressão, e creio que não estou errada, que a Jane era uma workaholic (termo usado para descrever uma pessoa que ama tanto o trabalho que é viciada em trabalhar), pois até em seu leito de morte a mulher não parou de escrever. Jane Austen foi retirada do mundo enquanto escrevia Sanditon, aos 41 anos de idade, após meses lutando contra a doença que a levou (LÁGRIMAS CAÍRAM DOS MEUS OLHOS NESSA PARTE DO LIVRO). Realmente me envolvi nessa leitura. Me coloquei no lugar dela, de não conseguir concluir um trabalho, a coisa que mais gosta de fazer, por estar debilitada, essa parte do livro me tocou profundamente!
Um detalhe importante nesse livro são seus bônus: o capítulo cancelado de Persuasão (um dos meus livros preferidos da autora) e quatro textos de sua juventude. Um deles, chamado "Carta de uma jovem dama, cujos sentimentos sendo muito fortes para o próprio julgamento, levam-na se cometer erros que seu próprio coração desaprova" - Sério, que texto é esse? Sensacional! Me surpreendi com Jane em um texto curto e grosso, mas ao mesmo tempo forte e chocante.
Não posso deixar de dizer também, que a tradução e diagramação do livro estão IMPECÁVEIS. Tanto a capa, como as ilustrações do miolo (imagens ilustradas por pessoas próximas, da casa onde Jane vivia e arredores, e de coisas importantes para a ambientação da época). Sobre a tradução a mesma coisa, sou bem atenta nos detalhes e não pude encontrar um defeitinho sequer.
Uma memória de Jane Austen foi com certeza um dos melhores livros que li nesse ano, senão o melhor. A Pedrazul editora, que foi quem nos presenteou com essa obra em português, está de parabéns.
Obrigada por nos proporcionar tamanho prazer nessa leitura sensacional!

Link para os interessados: http://www.pedrazuleditora.com.br/

Esta Resenha nos foi Enviada Pela Autora Convidada Katherine Salles, escritora e Adm da página Chá de Letra


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